Este trabalho é produto do relatório final (no ano
2001) de uma bolsa fornecida pelo INPA/CNPq para o biólogo Luis Henrique
Monteiro Gomes, orientado pela minha pessoa (V.Py-Daniel), o qual usou os dados
coletados no ano de 1994 (levantamento pré-tratamento), pela equipe do LABONCO,
para a epidemiologia do Programa Brasileiro de Controle da Oncocercose, na
época coordenado pelo INPA/LABONCO para o Ministério da Saúde do Brasil.
INFECÇÃO NATURAL DE ONCHOCERCA VOLVULUS (LEUCKART, 1893) (NEMATODA,
ONCHOCERCIDAE) PELA ESPÉCIE NOTOLEPRIA EXIGUUA (ROUBAUD, 1906) (DIPTERA, SIMULIIDAE),
NO POLO BASE DE SAÚDE DE ERICÓ, TERRA INDÍGENA YANOMAMI / YE´KUANA, RORAIMA, BRASIL.
Gomes,L.H.M.1; Py-Daniel,V.2*;
Barbosa,U.C.2**; Silva,O.S.2**; Junior,E.L.2***;
Passos,M.C.V.4 & Colás,A.5
Palavras Chaves: Infecção Natural; Oncocercose;
Notolepria exiguua; Ericó; Roraima; Brasil.
1 - Bolsista PCI
(INPA/CNPq); 2 – INPA/CPEN/LABONCO (*Atualmente associado a UNB/ICB/DZ/LEF, **
Atualmente INPA/LETEP, 2*** - Atualmente INPE/CRH/DGP); 4 – Atualmente UFRR; 5 – nas época Bolsista do INPA/CNPq).
RESUMO
Estudo desenvolvido na Terra Indígena Yanomami /
Ye´kuana, no Pólo Base de Ericó, rio Uraricaá, Roraima, Brasil, visando
determinar a Taxa de Infecção Parasitária (TIP) por Onchocerca volvulus
(Leuckart, 1893) por Notolepria exiguua (Roubaud, 1906).
Foram obtidos dados para a atividade hematofágica e o estado fisiológico
ovariano. Os resultados demonstraram que de Notolepria exiguua (Roubaud, 1906)
exerceu atividade de picada durante todo o dia, tendendo uma maior hematofagia
no período da tarde. Foi coletado um maior número CE fêmeas paríparas. A Taxa
de Infecção Paraisitária (TIP) foi de 8,93%, demonstrando uma elevada
eficiência de simulídeo na transmissão da O. volvulus no Polo-Base de Saúde de
Ericó.
ONCOCERCOSE
Segundo Barranco & Mallén (1968), a confirmação
da doença causada pela filaria foi feita pelo Dr. Rodolfo Robles em 1917, na
Guatemala, quando, após estudar um paciente com enrijecimento e inchaço persistente
na pele, suspeitou que fosse uma doença parasitária. Examinando outra pessoa da
mesma localidade que apresentava intensa fotofobia e diminuição de acuidade
visual, extirpou-lhe um tumor onde encontrou uma filaria, O mesmo se confirmou
com outros habitantes da localidade e assim, novos casos foram descobertos e a
filaria foi identificada como sendo O. volvulus (Leuckart, 1893).
Oncocercose é uma enfermidade causada por uma
filaria denominada Onchocerca volvulus (Leuckart, 1893) que ocasiona danos na pele
e pode chegar a produzir graves alterações nos olhos, causando inclusive a
cegueira. Os transmissores desta filaria são insetos da família Simuliidae,
comumente denominados no Brasil de: piuns (no norte do pais) e borrachudos (no
restante do pais) (Py-Daniel, 1997).
As fêmeas adultas de O. volvulus são vivíparas
e passam grande parte de sua vida (aproximadamente 12 anos) produzindo milhões
de microfilárias. Estas microfilárias possuem grande capacidade de locomoção e
migram através da derme e outros tecidos, podendo causar lesões graves, como a
despigmentação e perda da elasticidade da pele, tornando-a grossa e enrugada,
principalmente a pele do rosto, orelhas e virilhas (Figura 01.). Os indivíduos
infectados podem apresentar também nódulos subcutâneos de tamanho variável,
cuja a localização também é variável. (Neves, 1991; WHO, 1991). Nos pacientes
do México e Guatemala, os nódulos são encontrados nas partes superiores do
corpo, principalmente no couro cabeludo (Figura 02.). Na Venezuela, Colômbia e
continente africano, os nódulos são vistos no tórax, nádegas e cotovelos
(Neves, 1991). Acredita-se que a distribuição dos nódulos tenha relação com a
preferencia dos vetores para sugar nas partes altas ou baixas do corpo (Moraes
& Fraiha, 1976).
A formação destes
nódulos em locais próximos aos olhos, pode determinar com mais facilidade a
cegueira. Esta ocorrência é conseqüente da invasão nos tecidos do globo ocular
pelas microfilárias, determinando vascularização da córnea e ceratite
(inflamação da córnea). A sintomatologia da doença está relacionada com a
intensidade de infecção em uma comunidade, como também pelo número de
microfilárias parasitando a pele (WHO, 1991).
A oncocercose é um sério de saúde pública, embira
exista um medicamento – Ivermectina – que mata as microfilárias.
A maior dificuldade é o tempo de tratamento,
durando entre 10-12 anos, com aplicações semestrais ou anuais, tempo necessário
para ocorrer a morte das filarias adultos no organismo humano.
Figura
01. – Indígena Yanomami apresentando a região posterior do tórax com a pele
tipo-elefante (enrugada), causada pela infecção de O. volvulus. (foto de
V.Py-Daniel, tirada no Pólo Base de Sáude Xitei/Xidea)
Figura
02. – Indígena Yanomami apresentando um nódulo oncocercótico na região póstero-lateral
da cabeça. (foto de V.Py-Daniel, tirada no Pólo-Base de Sáude Xitei/Xidea)
ONCOCERCOSE
NO MUNDO
Segundo a River Blindness Foundation (RBF, 1993), a
enfermidade está presente em 26 paises no continente africano, seis países na
América Latina e um na Ásia. De acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde
(OPAS), nos seis países da América Latina (Venezuela, Colômbia, México,
Guatemala, Equador e Brasil) aproximadamente 5,25 milhões de indivíduos estão
na área de risco, com mais de 97.000 infectados. Dados de 1993, da América
Latina, sugerem que mais de 1.400 indivíduos estejam cegos como resultado da
oncocercose.
A grande maioria dos casos no continente africano,
onde a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 79 milhões de indivíduos
estão na área de risco e cerca de 16 milhoes estão infectados, com 1/4 a 1/3
vivem do na Nigéria. Os dados de 1987 sugeriam que mais de 350.000 indivíduos
estavam cegos como resultado da oncocerose.
As áreas de foco da oncocercose tanto no
México-Guatemala quanto Brasil-Venezuela SAP áreas montanhosas e habitadas por
etnias de origem americana. As áreas endemic as da oncocercose na Guatemala e
México SAP habitadas por indivíduos que tem a sua fonte de vida associada à
cultura do café, as migrações entre as áreas oncocercóticas tem como base esta
atividade. No Brasil, há ocorrência da oncocercose nos estados do Amazonas e
Roraima, nas áreas indígenas Yanomami/Ye´kuana, na fronteira com a Venezuela.
Estas áreas focais (Brasil/Venezuela), são habitadas por populações indígenas
que não estão inseridas no mercado capitalista, e as migrações dentro desta
área, tem como base apenas a procura de alimento (vegetal e/ou animal), trocas
de locais para habitação e trocas inter-comunitárias de bens e relações
(Py-Daniel, 1994a).
Os focos da oncocercose no Equador e Colômbia são os
menores das Américas. A Colômbia apresenta um foco restrito a área isolada do
rio Micay, onde a prevalência é baixa (15%) com raras manifestações clinicas. O
vetor principal é a espécie Notolepria exiguua e a população
local é predominantemente negra (D´Alessandro, 1985). O foco equatoriano está
situado na Província de Esmeralda, onde existe uma população constituída
principalmente de negros e mulatos. A maioria das pessoas está livre de
manifestações clínicas sérias. O principal vetor para esta região é Notolepria
exiguua.
ONCOCERCOSE
NO BRASIL
O único foco brasileiro de oncocercose, oficialmente
aceito, situa-se nas montanhas do extremo norte do país, onde a doença acontece
entre os indígenas Yanomami e Ye´kuana. Acredita-se que a oncocercose tenha
sido introduzida pelo lado venezuelano. No Brasil, a área focal da oncocercose
está localizada nos Estados do Amazonas e Roraima (Moraes et al., 1973; Moraes & Chaves, 1974; Py-Daniel, 1997).
Bearzoti et al.
(1967) relataram o primeiro caso de oncocercose adquirida no Brasil, em uma
criança, filha de missionários estrangeiros, procedentes da área Yanomami, em
Roraima.
No início da década de 70, Moraes & Dias (1972),
Moraes et. al. (1974) e trabalhos
subseqüentes, evidenciaram o foco e a forma endêmica da oncocercose na área
indígena Yanomami / Ye´kuana. Com a criação do Distrito Sanitário Especial
Indígena Yanomami (DSY) e com a adesão do Brasil a proposta de eliminação da
oncocercose nas Américas, o programa de controle do Brasil pode ser
viabilizado.
As atenções sobre o foco Yanomami / Ye´kuana mudaram
quando Gerais & Ribeiro (1986) relataram o primeiro caso autóctone de
oncocercose fora da área indígena, em Minaçú, Estado de Goiás, cidade com
grande número de garimpeiros que saíram de Roraima, provindos em sua maioria da
Serra de Surucucus (área Yanomami). A paciente nunca esteve na área indígena
Yanomami / Ye´kuana, e possivelmente adquiriu a doença nessa região que
compreende o alto curso do rio Tocantins.
Py-Daniel (1989) relatou um caso de oncocercose em
um padre francês, proveniente da Africa Ocidental, que viveu entre 1938 e 1972,
na cidade de Tefé (Amazonas), com oncocercose durante todo o tempo.
Segundo Py-Daniel (1989 e 1994a), a dispersão da
oncocercose no Brasil estava ocorrendo
tanto pelos missionários, como por funcionários da FUNAI, como também por
diferentes etnias, além de garimpeiros, que já era conhecida. Também alertou
para que os membros constituintes do Exército Brasileiro, por já estarem se
fixando na área Yanomami / Ye´kuana, através dos pelotões de fronteira (tanto
no Estado de Roraima como no Amazonas), possivelmente estariam envolvidos como
futuros dispersores da O. volvulus
(Leuckart, 1893), caso não fossem tomadas as devidas providencias quanto aos
exames obrigatórios antes de se deslocarem dentro da mesma área ou entre outras
áreas às quais tenham que continuar as missões referentes a esta profissão. No
final do ano de 1989 foi efetivada a retirada de uma grande quantidade de garimpeiros
da área Yanomami / Ye´kuana através de uma atividade conjunta entre as Forças
Armadas, Policia Federal e FUNAI.
Não existem informações
fidedignas quanto a quantidade de garimpeiros retirados da área, mas existe um
consenso que foram números superiores a 20.000 indivíduos, e que mesmo sendo as
autoridades responsáveis alertadas para a necessidade de serem feitos exames
parasitológicos para se diagnosticar a presença de O.
volvulus, em
todos os garimpeiros retirados da área, os mesmos não foram feitos. A maior
parte destes garimpeiros estava trabalhando em áreas hiper e mesoendemicas para
oncocercose. Este número elevado de garimpeiros, está e/ou esteve amplamente
espalhado, em sua maior parte em outras áreas de garimpo de todo o Brasil
(Pará, Mato Grosso, Rondônia, Goiás, Tocantins), além de outras áreas nos
próprios Estados do Amazonas e Roraima. Nestas áreas também ocorrem os vetores
da O. volvulus. Muitos garimpeiros também
procuraram áreas em outros países, como Guiana e Suriname.
Py-Daniel (1994b) durante levantamento epidemiológico (entomológico e
parasitológico), de agosto de 1993 à abril de 1994, na Terra Indígena Yanomami
/ Ye´kuana, no Estado de Roraima-Brasil, assinalou três novos casos de
oncocercose em pessoas que não tinham origem Yanomami e nem Ye´kuana, sendo
estas funcionários da FUNAI (Fundação Nacional do Indio) que trabalhavam em
postos indígenas.
PROGRAMA DE CONTROLE DA
ONCOCERCOSE NO BRASIL
(08.1993-08.1995)
Segundo a River Blindness Foundation (1993) o
Programa de Eliminação da Oncocercose para as Américas (OEPA) é uma iniciativa
multi-nacional, multi-agencial e multi-doadora para eliminar a Oncocercose como
ameaça à Saúde Pública nas nações da América Latina aonde é endêmica: México,
Guatemala, Equador, Colômbia, Venezuela e Brasil.
“O Programa iniciou em 1991 com o envolvimento dos
Ministérios da Saúde dos seis países, da OPAS, da Fundação Cegueira dos Rios,
da Fundação Carter e outras Organizações Não-Governamentais, locais e
internacionais, direcionadas ao combate da Oncocercose.”
“Em 1991, representantes dos Ministérios da Saúde
dos seis países e este grupo diversificado de organizações fizeram a Primeira
Conferência Inter-Americana de Oncocercose (IACO-91). Os participantes desta
reunião concluíram que a Oncocercose poderia ser eliminada como uma ameaça para
a Saúde Pública no Hemisfério Oeste, se a população sob risco, fosse tratada
com Mectizan (Ivermectina) por um período de 10-15 anos.
O INPA foi convidado para coordenar, para o
Ministério da Saúde, dentro do Programa de Eliminação da Oncocercose para as
Américas, o segmento de epidemiologia, transmissão (envolvimentos entre vetores
e o ser humano) na Terra Indígena Yanomami / Ye´kuana.
O Programa brasileiro, na sua parte dinâmica de
obtenção dos dados de campo, apenas iniciou suas atividades em agosto de 1993,
com o desenvolvimento de trabalhos na área de Entomologia (INPA), Parasitologia
(INPA/FNS) e Oftalmologia (FUA/FNS).
No período de dois anos (agosto de 1993 à agosto de
1995) foram feitos, na quase totalidade dos Pólos-base da Terra Indígena
Yanomami / Ye´kuana, os levantamentos primários de Entomologia (determinação
das espécies antropófilas, detecção dos criadouros dos simulideos, determinação
da Taxa de infecção Natural (TIP), determinação da idade fisiológica ovariana
das fêmeas com atividade de picada no ser humano), de Parasitologia (no inicio
o diagnóstico dermatológico, associado ao exame parasitológico, posteriormente
apenas o parasitológico, através de biópsia de pele). O segmento Oftalmológico,
quanto a obtenção de dados de campo, apenas foi desenvolvido no segundo
semestre de 1993, e ficou restrito a alguns Pólos-Base (Paapiú, Surucucu,
Xitei/Xideia, Homoxi).
A Terra Indígena Yanomami / Ye´kuana compreende no
Brasil, a região montanhosa do escudo das Guianas, divisor de águas entre as
bacias hidrográficas do rio Orinoco (Venezuela) e do rio Amazonas (Brasil).
Segundo Py-Daniel (1997), no Brasil, os Yanomami e Ye´kuana vivem em
aproximadamente 188 comunidades, distribuídas em 27 Pólos-Base de Saúde (26 Yanomami
e 1 Ye´kuana) em uma área contínua de 9.400.000ha.
Segundo Py-Daniel (1997), no censo de agosto de 1995
(FNS/DSY-RR) o número de indivíduos para a etnia Yanomami, no Brasil, foi de
9.384 indivíduos (26 Pólos-Base), sendo 3.564 (38%) indivíduos (nove Pólos-Base)
estavam no Amazonas e 5.820 (62%) indivíduos (17 Pólos-Base) em Roraima. A área
Yanomami no Estado de Roraima é mais extensa do que no Estado do Amazonas. Os
27 Pólos-Base de Saúde eram assistidos por entidades governamentais (FUNAI,
FNS) e não governamentais (MEVA, CCPY, Salesianos, Diocese, etc.).
A população Ye´kuana censada no Brasil em agosto de
1995 (FNS) era de 257 individuos, distribuídos entre dois Pólos-Base (Auaris
com 200 indivíduos e Waikás com 57 indivíduos), todos localizados no Estado de
Roraima.
Dentro do Programa Brasileiro de Controle da
Oncocercose, trabalhos mais extensos com vetores da filaria O.
volvulus, na área Yaononami / Ye´kuana, foram desenvolvidos por
Medeiros & Py-Daniel (1999) e por Andreazze & Py-Daniel (1999), onde
estudaram a transmissão desta filaria durante o período de uma ano no Pólo-Base
Xitei/Xidea, em Roraima.
EPIDEMIOLOGIA
O estudo da epidemiologia da oncocercose em qualquer
região, envolve variáveis como densidade demográfica, densidade do vetor, prevalência
dos infectados, caracteristicas biológicas do vetor (capacidade de ingestão de
microfilárias, longevidade, etc.), estrutura etária da população, localização
dos criadouros de simulideos, fatores sociais que interferem no contato homem-vetor
(costumes de uma comunidade). Deve-se considerar também o numero de fêmeas de
simulideos picando em uma população em um dado período de tempo, em função da
estação do ano, pluviometria, temperatura, umidade e vegetação (Cordero-Moreno,
1973).
Segundo Davies & Crosskey (1991), a oncocercose
é uma doença razoavelmente conhecida, as espécies de simulideos envolvidas na
transmissão da doença variam de lugar para lugar, e a área total de
distribuição destas espécies são frequentemente maiores do que as áreas em que
elas atuam como vetoras da filaria O. volvulus.
Dentro dos trabalhos desenvolvidos na área Yanomami
/ Ye´kuana, no período de agosto de 1993 até agosto de 1995, foram coletadas 26
espécies de simulideos, em 10 gêneros, sendo que 12 espécies apresentaram
antropofilia. Para o Brasil, apenas 4 espécies estão envolvidas na transmissão
de O.
volvulus: Thyrsopelma guianense (Wise, 1911), Psaroniocompsa incrustata
(Lutz, 1910), Notolepria exiguua (Roubaud, 1906) e Cerqueirellum oyapockense
(Floch & Abonnenc, 1946) (Py-Daniel, 1997).
Segundo Py-Daniel (1997), dos 26 locais trabalhados
na Terra Indígena Yanomami / Ye´kuana, no período de 08.1993 a 08.1995, 14
locais apresentaram positividade para O. volvulus, Em oito dos 26 locais,
a espécie N. exiguua esteve presente, sendo que em dois locais
(Xitei/Xidea e Ericó) esta espécie apresentou positividade para O.
volvulus com TIP = 9, o maior na somatória das áreas estudadas.
Seguindo a convenção do Programa de Eliminação da
Oncocercose para as Américas (OEPA), em relação as diferenciações dos níveis de
endemicidade (0% - área não endêmica; 1-20% - área hipoendemica; 21-59% -0 área
mesoendemica; 60% ou mais – área hiperendemica), o Pólo-Base de Ericó é
classificado como sendo hipoendemico, existindo duas espécies vetoras da oncocercose
nesta localidade, Cerqueirellum oyapockense (Floch & Abonnenc, 1946) e Notolepria
exiguua (Roubaud, 1906), tendo está última maior atividade hematofágica.
Neste trabalho foram abordadas algumas informações
sobre N. exiguua, tanto ao nível de atividade de picada quanto a
infecção natural.
O objetivo deste trabalho foi determinar a
Infecção Natural por O. volvulus da espécie N.
exiguua, no Pólo-Base de Ericó, na Terra Indígena Yanomami / Ye´kuana,
bem como a Taxa de Infecção Parasitária (TIP) da mesma, por meio de
experimentos completos de um dia (12 horas) de captura.
MATERIAL
E MÉTODOS
O estudo foi realizado na Terra indígena Yanomami /
Ye´kuana, Pólo-Base de Saúde Ericó, rio Uraricaá, estado de Roraima, Brasil
(Figura 03.).
Figura 03. – Mapa dos Polos-Base da Terra Indígena
Yanomami / Ye´kuana, que abrange os Estados do Amazonbas e Roraima, indicando o
Pólo-Base de Ericó, onde foram feitas as coletas dos exemplares de N.
exiguua (Roubaud, 1906).
As coletas foram realizadas em um único dia (11.03.1994),
sendo iniciadas as 7:30h e finalizadas as 18:30h, alterando-se 15 minutos de
captura por 15 minutos de descanso.
Os simulideos foram capturados com auxilio
de um coletor de sucção, assim que pousassem sobre o colaborador.
Entre os intervalos dos períodos de captura eram
feitos os exames do estado fisiológico ovariano: as fêmeas eram anestesiadas
com vapor de clorofórmio e em seguida retiradas do tubo coletor, sendo levadas
ao microscópio estereoscópico e colocadas sobre laminas escavadas com uma gota
de soro fisiológico, onde a espécie era identificada, seguida da atividade de
puxar os últimos segmentos abdominais com ajuda de estiletes (Kamm &
Ritcher, 1972), onde era observado estado fisiológico ovariano (nuliparos /
pariparos). As fêmeas nuliparas, são fêmeas que ainda não produziram ovos, e as
paríparas já tendo realizado repasto sanguineo e postura de ovos (Detinova,
1968). Após esta análise colocou-se as fêmeas em tubos de ensaio com álcool
70%, sendo estes etiquetados para posterior análise no laboratório. No
laboratório, foi retirado todo o álcool contido em cada tubo de ensaio onde
estavam as fêmeas, com auxilio de uma pipeta e lavadas posteriormente com água
destilada para retirar o excesso de álcool. Em seguida retirou-se a água
destilada e colocou-se hematoxilina ácida para coloração. Por um período de 48
horas. Este método visa não só a coloração dos músculos dos simulideos, mas
também a coloração das filarias (Nelson,
1958). Passado este período, retirou-se a hematoxilina, com ajuda de uma
pipeta, e posteriormente lavou-se com água destilada, retirando-se a água e o
material ficando pronto para dissecção e preparo das laminas.
As dissecções foram feitas utilizando-se
micro-estiletes finos, onde os simulideos eram divididos em três partes (cabeça,
tórax e abdome) colocadas sobre três pequenas gotas de glicerina (uma parte do
simulideo em cada gota) sobre uma lamina para retirar a cutícula deixando
apenas os músculos e partes internas, sendo em seguida sobrepostas por
lamínulas. Ficando a lamina pronta para a leitura e identificação da presença
de filarias (Davies & Crosskey, 1991).
A leitura das laminas foi feita sob microscópio
óptico, onde foi observado se as fêmeas estavam infectadas filarias ou não. A
identificação das fases de O. volvulus (MF, L1, L2 e L3) foi feita segundo
Ramírez-Pérez (1977). Após a avaliação da lamina, os dados foram anotados em
uma planilha própria.
Após a identificação dos estágios larvais,
obteve-se a Taxa de Infecção Parasitária (TIP). A TIP pode ser obtida a partir
das seguintes fórmulas:
Figura 04. – Fórmulas para obter as Taxas de
Infecção Parasitária (TIP).
RESULTADOS
E DISCUSSÕES
A densidade de picada das fêmeas de N.
exiguua no Pólo-Base de Ericó (área hipoendemica) foi observada durante
um dia de coleta (11.03.1994) totalizando 382 fêmeas capturadas. A densidade de
picada é definida como sendo o número de picadas contabilizado por homem e por
unidade de tempo. (Narbaiza, 1987).
Segundo Py-Daniel (1997), em certas épocas sazonais,
pode existir um equilíbrio entre o número de indivíduos das diferentes espécies
com atividade hematofágica. Isto ocorre nas duas épocas de transição hídrica
dos criadouros (na passagem da cheia para vazante, e na passagem da seca para
enchente), e está fundamentada na disponibilidade dos diferentes substratos
explorados pelas diferentes espécies. Py-Daniel & Rapp Py-Daniel (1998),
citam que os criadouros preferenciais da espécie N. exiguua são plantas
não aquáticas, que ficam pendentes nas margens e/ou caídas no leito dos cursos
d´água, ocasionalmente podem ser encontradas também em plantas da família
Podostemaceae. Os mesmos autores relatam que na época de transição da seca para
enchente, começa o aumento do número de exemplares cujas espécies exploram o
substrato vegetativo, como no caso da espécie N. exiguua, e a
diminuição do número dos exemplares que exploram os substratos formados na
transição de cheia para vazante (substratos rochosos).
Em estudos realizados por Medeiros & Py-Daniel
(1999) e Andreazze & Py-Daniel (1999), em 12 meses de coletas, no Pólo-Base
de Xitei/Xideia (área hiperendêmica), foram coletadas as quatro espécies
envolvidas na transmissão da O. volvulus, entre elas N.
exiguua (Roubaud, 1906), que ocorreu em menor número na atividade
hematofágica, sendo os exemplares coletados somente nos meses de junho e julho
de 1996, ou seja, na estação chuvosa (este período apresentou-se com uma
elevada cheia do rio Parima, o que possibilitou a existência de novos
substratos e consequentemente colonizações ascendentes desta espécie).
Shelley (1988c), citando trabalhos desenvolvidos
na América Latina, relata a ocorrência desta espécie em criadouros tipicamente
de baixas altitudes (100m.), com maior abundancia na estação chuvosa. Porter et al. (1988), trabalhando em quatro
localidades na Guatemala, verificaram que a prevalência da oncocercose está
diretamente relacionada a com a proximidade dos cursos d´água onde existem os
imaturos.
DISTRIBUIÇÃO
DIÁRIA
Em Ericó, a espécie N. exiguua (Roubaud,
1906) demonstrou atividade de picada durante todo o dia, com maior densidade no
período da tarde, com picos nos horários de 16:15-16:30h e 17:45-18:00h (Figura
05.).
Figura
05 - Distribuição diária (11.03.1994) da atividade de picada de Notolepria
exiguua, no Pólo-Base de Ericó, Terra Indígena Yanomami / Ye´kuana,
Roraima, Brasil.
Resultados semelhantes foram obtidos por Medeiros
& Py-Daniel (1999), no Pólo-Base de Xitei/Xidéia, onde relataram que a
espécie N. exiguua foi coletada somente no período da tarde.
Segundo Shelley et
al. (1997), em revisão de trabalhos para a América do Sul, comentaram que N.
exiguua apresenta comportamento de picada variável, com picos de
atividade pela manhã e a tarde, sendo que em alguns locais exerce atividade
predominantemente após as 12:00h.
ESTADO
FISIOLÓGICO OVARIANO
Do total de 382 fêmeas coletadas picando, 291
(76,17%) foram paríparas e 91 (23,83%) foram nulíparas (Figura 06.). Os
resultados mostraram também a maior ocorrência de fêmeas paríparas no período
da tarde (Figura 07.).
Medeiros & Py-Daniel (1999), no Pólo-Base
Xitei/Xideia, também obtiveram resultados semelhantes quando coletaram maior
percentual de fêmeas paríparas, principalmente no período da tarde.
Figura
06. – Número de fêmeas coletadas de N. exiguua, relativo ao estado
fisiológico ovariano, no Pólo-Base de Ericó, TIY, Roraima-Brasil (11.03.1994).
Figura
07. – Distribuição diária das fêmeas de N. exiguua, relativa ao estado
fisiológico ovariano (paríparas e nulíparas), no Pólo-Base de Ericó, TIY,
Roraima-Brasil (11.03.1994).
NÍVEL
DE INFECÇÃO NATURAL
Na análise da infecção natural no Pólo-Base de Ericó,
constatou-se que das 291 fêmeas pariparas coletadas, 26 estavam infectadas com O.
volvulus (considerando infecção por microfilária, L1, L2
e L3). Sendo a Taxa de Infecção Parasitária (TIP1) igual
a 6,80% e a TIP2 igual a 8,93%.
A Figura 10. mostra o total de fêmeas coletadas
sobre o numero de fêmeas infectadas com O. volvulus durante 12 horas de
coletas. Foi constatada a presença de fêmeas infectadas exercendo atividade de picada
nos dois períodos diários, manhã e tarde, com maior número no período da tarde,
com picos nos horários de 16:15-16:30h e 17:45-18:00h. Segundo Py-Daniel (1994a)
uma alta densidade de indivíduos picando, de uma espécie, pode apresentar uma
mesma efetividade, na transmissão, que outras espécies com facilidades estruturais,
que piquem em menor número.
A obtenção das Taxas de Infecção Parasitária (TIPs)
através de exames com base em coletas de apenas um dia, como foi realizado
neste trabalho, não necessariamente estão relacionadas com às Taxas de
Prevalência humanas, obtidas no mesmo dia (Py-Daniel, 1997).
Dentro dos trabalhos desenvolvidos na Terra Indígena
Yanomami / Ye´kuana, no período pré-tratamento, entre agosto de 1993 a agosto
de 1995, a espécie N. exiguua esteve presente tanto em menor número de áreas
coletadas (8/26) como em menor número de indivíduos coletados (397/21.420), com
a terceira presença (2/14) nos lugares que apresentaram exemplares positivos,
mas com a maior TIP = 9, na somatória dos locais (Py-Daniel, 1997). Isto demonstrando
que esta espécie apesar de ocorrer em baixa densidade na atividade de picada é
extremamente eficiente na transmissão da O. volvulus.
Medeiros & Py-Daniel (1999), no Pólo-Base
Xitei/Xidea, obtiveram quatro exemplares de N. exiguua, sendo que
três destes eram paríparos e um apresentou positividade, com TIP = 33,3%. Esta Taxa
de Infecção Parasitária é considerada elevada, indicando que esta espécie,
neste local, se caracteriza como um vetor extremamente ativo e com grande
capacidade de transmissão.
Figura
10. – Distribuição do total de fêmeas paríparas coletadas sobre o numero de fêmeas
infectadas com O. volvulus, exercendo atividade de picada durante o período de
coletas (11.03.1994) no Pólo-Base de Ericó, TIY, Roraima, Brasil.
CONCLUSÕES
A espécie N. exiguua (Roubaud, 1906), no
Pólo-Base de Ericó (rio Uraricaá), apresentou atividade de picada durante o dia
todo, tendendo a exercer maior atividade hematofágica pela parte da tarde.
A alta densidade de picada de N. exiguua, no Pólo-Base de
Ericó pode estar relacionada ao período sazonal de coleta (período de cheia –
onde há maior disponibilidade de substrato vegetativo, plantas não aquáticas
que ficam pendentes nas margens e/ou caídas no leito do curso d´água).
Houve predominância de fêmeas paríparas sobre as
nulíparas, com maior ocorrência de paríparas no período da tarde.
As Taxas de Infecção Parasitárias (TIP1 e
TIP2) para N. exiguua, no Pólo-Base de Ericó
foram de 6,80% e 8,93% respectivamente. Consideradas elevadas ao nível de
transmissão natural, indicam que a espécie, neste local, nesta data, se caracteriza
como extremamente ativa e com grande capacidade de transmissão de O.
volvulus. A obtenção de altas TIPs (através de coletas de um dia) não necessariamente
estão relacionadas com as Taxas de Prevalência humana, obtidas no mesmo dia.
As fêmeas infectadas de N. exiguua exerceram
atividade de picada nos dois períodos, manha e tarde, com maior ocorrência no período
da tarde.
N.
exiguua foi a principal espécie envolvida na
transmissão de O. volvulus durante a realização deste trabalho, no Pólo-Base
de Ericó.
Na literatura brasileira, poucos trabalhos são
encontrados a respeito da biologia de N. exiguua, que apesar de ocorrer em
poucos locais com presença de O. volvulus, na Terra Indígena
Yanomami / Ye´kuana, é uma espécie com grande capacidade de transmissão.
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