quarta-feira, 13 de novembro de 2019

ESTUDOS COMPLEMENTARES NO PROGRAMA DE ELIMINAÇÃO DA ONCOCERCOSE DO BRASIL NA T.I. YANOMAMI / YE´KUANA ( XITEI/XIDEA - RR )

Dentro do Programa de Eliminação da Oncocercose do Brasil, com o objetivo de mapear as movimentações (estímulos e estacionalidade) entre as comunidades Yanomami que habitavam a fronteira Brasil / Venezuela, na região de Xitei / Xidea e o Alto Orinoco (Venezuela) e o que isto influenciava na endemicidade regional da doença, foram desenvolvidos estudos no tocante a itens que incluem a dinâmica dos Yanomami, como: (a) caça, (b) coleta, (c) plantio/colheita.

Aqui são apresentados alguns resultados destes estudos.

I. CARACTERIZAÇÃO DE OCUPAÇÃO E USO NO SISTEMA DE PLANTIO INDÍGENA (YANOMAMI - XITEI / RR)

Souza, F.S. & Py-Daniel,V.

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Resumo

Este trabalho foi realizado durante o ano de 2001 em três períodos distintos (fev-mar, mai-jun e out-nov), na Terra Indígena Yanomami, Pólo de saúde Xitei/Xidea. Nesta região o clima é constituído em 8 meses de chuva e 4 meses de seca. A finalidade deste trabalho é caracterizar o tipo de roça Yanomami através da forma de manejo e dos produtos cultivados. Os dados foram coletados por visitas as roças, onde foi observado o estado da plantação, os produtos plantados e coletados, o período de corte, de queima e de plantio.
Para a caracterização dos produtos foram utilizadas fotos retiradas de cada espécime. Por meio de entrevistas com Yanomami obtivemos o nome (na língua Yanomami) de cada produto e variedades por eles utilizadas. Foram identificados 13 produtos cada um podendo conter de 1 a 10 variedades. Dentre os produtos encontrados, os principais utilizados na subsistência são a macaxeira (Manihot sculenta), a banana (Musa spp.) e inhame (Discorea alata). A época de queima e plantio são bem caracterizadas ao período da seca e final da seca respectivamente, enquanto o corte pode ser observado ao longo de todo o ano.


Quem são os Yanomami ?


         São semi-nômades da Floresta Tropical Úmida. Classificados segundo Ramos (1990) como “caçadores-coletores e agricultores. A atividade de coleta e caça dos Yanomami absorve 70% dos seus nutrientes essenciais. Esta estratégia adaptativa de forrageamento é o que possibilita um consumo adequado de calorias e proteinas durante todo o ano (Good K, 1995). Possuem geralmente baixa estatura, sendo também considerados por alguns autores como pigmóides (Holmes,1995). Vivem em Shaponos, estes são subdivididos em Yanos (cada unidade familiar). Suas comunidades são independentes contendo de 15 a 160 indivíduos (Anderson, 1977).



Localização e área de uso das aldeias

“O Ecossistema é o contexto geral onde ocorre a adaptação Humana (Morán, 1990)”

Albert & Gomez (1997) descreveram que o espaço da floresta explorado por uma comunidade Yanomami pode ser descrito esquematicamente com base no modelo de uma série de círculos concêntricos ao redor da aldeia. Estes círculos delimitam áreas de uso, de modos e da intensidade:

1 - O primeiro, num raio de 5 km, circunscreve a área de uso imediato da aldeia: pequena coleta feminina, pesca individual ou no verão, pesca coletiva com timbó, caça ocasional de curta duração (ao amanhecer ou entardecer) e atividades agrícolas.
2 - O segundo, num raio de 5 km a 10 km, é a área de caça individual e de coleta familiar do dia a dia.
3- O terceiro, num raio de 10 a 20 km, é área de expedições, envolvendo atividades de caça coletiva com duração de uma a duas semanas, que precedem aos ritos de cremação funerária e os grandes encontros cerimoniais intercomunitários. Nestas áreas também ocorrem as longas expedições pluri-familiares para coleta e caça com duração de 3 a 6 semanas (durante a fase de maturação de novas plantações). Estas expedições tem geralmente por alvo áreas onde se encontram agrupamentos de apreciadas árvores frutíferas ou áreas selecionadas por sua riqueza de caça. Encontram-se também nesta "terceira elipse" tanto as roças novas quanto as antigas, junto às quais acampam esporadicamente para cultivar ou colher, cujo nos arredores a caça abundante.


Área de Estudo

A Terra Indígena Yanomami encontra-se atualmente dividida em pólos de saúde, onde se localizam agentes de saúde, missionários e discais da FUNAI. A área de estudo compreende o Pólo Xitei/Xidea, com o total de 22 comunidades/aldeias Yanomami.
Este estudo foi realizado na região da Serra do Parima, município de Alto Alegre, Roraima, Brasil. Dentro da Terra Indígena Yanomami, na aldeia Watatas (02º36'29"N / 063º52'18"O). A comunidade possui 7 shaponos e 151 habitantes conforme o ultimo senso realizado pela ONG Urihi em 2000. 

Objetivo

O objetivo deste trabalho é caracterizar e mapear as roças dos Yanomami de Watatas acompanhando suas modificações ao longo do ano, afim de se conhecer os produtos plantados pelos mesmos, o período de plantio e caracterizar as formas de manejo utilizadas.

Materiais e Métodos

Os métodos se dividiram em duas etapas, sendo que a primeira consistiu em uma coleta de dados brutos, ou seja, visitas em três épocas diferentes do ano visando caracterizar:
(1) os produtos plantados e coletados por período;
(2) estado da plantação - [P0] - produtividade zero; [Pi] = produtividade inicial; [Pv] - produtividade velha.
(3) épocas de corte e queima das roças

A segunda parte consistiu em entrevistas com nove Yanomami, com o auxílio de registros (fotos, gravações e anotações) das visitas nas roças, como também livros, sendo assim, possível identificar posteriormente os produtos plantados por eles em Watatas.

As perguntas eram livres, ex: mostrava-se o objeto e era feita a pergunta: "Witi pei te tha" / O que é isso?

Esta metodologia visava obter o nome (na língua Yanomami) de cada produto e variedades por eles utilizadas, seguindo a identificação, em português com auxílio de um especialista e de acervos bibliográficos da EMBRAPA e do INPA.

Resultados 

Os produtos plantados pelos Yanomami de Watatas estão listados na tabela 1, sendo que a banana (Musa spp.) consistiu na principal fonte de amido da dieta Yanomami, sendo a mesma plantas/colhida durante todo o ano. Na figura 1. são apresentados os manejados, em relação aos meses dentro de um período anual, convencionando também dentro dos períodos climáticos de disponibilidade hídrica.


Figura 1 - Esquema de plantio. colheita e aproveitamento dos recursos Yanomami ao longo das estações climáticas, em Xitei

Tabela 1 - Nomenclatura científica, vulgar e Yanomam dos produtos existentes nas roças Yanomami, em Xitei

Conclusão

Os Yanomami, como outros indígenas da Floresta Tropical Úmida, estão cada vez mais se especializando em técnicas agrícolas e adquirindo tanto através de outros indígenas como de não indígenas (missionários, agentes da FUNAI) novos produtos para plantarem em suas roças, como por exemplo a abóbora, a goiaba, a laranja, a cana de açúcar, entre outros. Este fato também pode indicar uma mudança do hábito semi-nômade para uma tendência mais sedentária, porém para afirmar esta hipótese seriam necessários outros estudos.

Bibliografia

Albert,B. & G.G.Gomez, 1997, Saúde Yanomami - Um manual etnolinguistico. Coleção Eduardo Galvão - Museu E, Goeldi, 304p.

Anderson,A.B., 1977. Os nomes e usos de palmeiras entre uma tribo de índios Yanomama. Acta Amazonica 7(11)>5-13.

Good,K.B., 1995, Yanomami of Venezuela: Foragers ou Farmer - Which Came First? In: Indigenous Peoples & The Future od Amazonia. An ecological anthropology of an endangered World. (ed. Leslie E. Sponsel), The University of Arizona Press, Arizona, pp. 113-120.

Holmes,R. 1995. Small Is Adaptative: Nutricional Anthropometry of Native Amazonians. InIndigenous Peoples & The Future od Amazonia. An ecological anthropology of an endangered World. (ed. Leslie E. Sponsel), The University of Arizona Press, Arizona, pp. 121-148.

Morán,E.F. 1990. A ecologia humana das populações da Amazônia. Ed. Vozes Ltda., Rio de Janeiro, 367p.

[Este trabalho foi  revisto e corrigido, sendo que o original deste trabalho pode ser encontrado em: http://nerua.inpa.gov.br/NERUA/09.htm, e foi uma apresentado no I Encontro de Etnobiologia e Etnoecologia da região Norte - 5-8.12.2001; publicado no ano de 2002]

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II. INFLUÊNCIA DAS MOVIMENTAÇÕES YANOMAMI NA ENDEMICIDADE E DISPERSÃO DA ONCOCERCOSE NO TERRITÓRIO YANOMAMI
Souza, F.S. & Py-Daniel,V. (publicado em 2007)

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III. DECAPOD CRUSTACEANS USED AS FOOD BY THE YANOMAMI INDIANS OF THE BALAWA-Ú VILLAGE, STATE OF AMAZONAS, BRAZIL
Magalhães, C. & Barbosa,U.C. & Py-Daniel,V. (publicado em 2006)



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IV. OBSERVAÇÕES SOBRE ESPÉCIES DE SIMULÍDEOS VETORAS DE ONCHOCERCA VOLVULUS (LEUCKART, 1893) E MANSONELLA OZZARDI (MANSON, 1897) EM OITO LOCALIDADES DA TERRA INDÍGENA YANOMAMI / YE´KUANA (1994-1995), BRASIL
Gomes,L.H.M. & Py-Daniel,V. & Andreazze,R. & Medeiros,J.F. & Barbosa,U.C. & Silva, O.S. & (publicado em 2015)

http://simuliidae-neotropical-py.blogspot.com/2015/12/simulideos-vetores.html

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V. ONTOGENIA LARVAL DE THYRSOPELMA GUIANENSE (WISE, 1911) (DIPTERA:SIMULIIDAE), NO RIO JAUAPERI, RORAIMA, BRASIL
Passos,M.C.V dos & Py-Daniel,V. & Barbosa,U.C. & Silva, O.S. & Junior,E.S.L. (publicado em 2015)

http://simuliidae-neotropical-py.blogspot.com/2015/12/ontogenia-guianense.html

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VI . APROXIMAÇÃO PARA O ENTENDIMENTO DA DINÂMICA POPULACIONAL DAS PODOSTEMACEAE (MALPIGHIALES), DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA E RELAÇÃO COM SIMULIIDAE (DIPTERA, CULICOMORPHA)
Py-Daniel,V. (publicado em 2015, atualizado e, 2019)


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VII. ICTIOFAUNA PREDADORA DE IMATUROS DE PIUNS / BORRACHUDOS (DIPTERA: SIMULIIDAE) EM DOIS LOCAIS DA AMAZÔNIA BRASILEIRA
Amaral,A.A.R.C. & Py-Daniel,V. & Barbosa,U.C. & Silva,O.S. & Lima,E.S. (publicado em 2016)

(Parte I)
VIII. INFECÇÃO NATURAL DE ONCHOCERCA VOLVULUS (LEUCKART, 1893) (NEMATODA, ONCHOCERCIDAE) PELA ESPÉCIE NOTOLEPRIA EXIGUUA (ROUBAUD, 1906) (DIPTERA, SIMULIIDAE) NO POLO BASE DE SAÚDE ERICÓ, TERRA INDÍGENA YANOMAMI / YE´KUANA, RORAIMA, BRASIL
Gomes,H.M. & Py-Daniel,V. & Barbosa,U.C. & Silva,O.S. & Junior,E.L. & Passos, M.C.V. & Colás,A. (publicado em 2016)


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IX. RELAÇÃO ENTRE A ATIVIDADE DE CAÇA E A ENDEMICIDADE DA ONCOCERCOSE EM WATATAS - XITEI / XIDEA, RORAIMA, BRASIL
Layme,V.M.G. & Py-Daniel,V.


http://simuliidae-neotropical-py.blogspot.com/2019/11/relacao-entre-atividade-de-caca-e.html
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X. MACRO-DINÂMICA DE TRANSMISSÃO DE ONCHOCERCA VOLVULUS (LEUCKART, 1893) (NEMATODA:ONCHOCERCIDAE) POR ESPÉCIES DE SIMULÍDEOS NO PÓLO BASE XITEI/XIDEA, ÁREA INDÍGENA YANOMAMI / YE´KUANA, RORAIMA, BRASIL
Medeiros,J.F. & Py-Daniel,V. (publicado em 2010)

Acesso ao PDF

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XI. ATIVIDADE HEMATOFÁGICA DIÁRIA E INFECÇÃO NATURAL DE PSARONIOCOMPSA INCRUSTATA (LUTZ, 1910) (DIPTERA, CULICOMORPHA, SIMULIIDAE) VETOR DE ONCHOCERCA VOLVULUS (LEUCKART, 1893) EM XIREI/XIDEA, ÁREA INDÍGENA YANOMAMI, RORAIMA, BRASIL


Andreazze,R. & Py-Daniel,V. (publicado em 2001)


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XII. ATIVIDADE HEMATOFÁGICA E INFECÇÃO NATURAL DE TRÊS ESPÉCIES DE SIMULIIDAE (DIPTERA: CULICOMORPHA) EM XITEI/XIDEA, ÁREA INDÍGENA YANOMAMI, RORAIMA, BRASIL
Medeiros,J.F. & Py-Daniel,V. (publicado em 1999)


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XIIII. A CAÇA DE SUBSISTÊNCIA PELA ALDEIA YANOMAMI DE WATATAS (XITEI – RORAIMA)
Layme,M.G. & Py-Daniel,V. & Pessoa,F.A.C. (publicado em 2003)


[VI CEB – Fortaleza, Livro de Trabalhos do VI CEB. - 2003_: p. 156-157]

Acesso ao PDF

Poster correspondente ao Trabalho (O arquivo é no formato JPEG, e poderá ser baixado)

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XIV. PROJETO PILOTO XITEI / XIDEA (RORAIMA). I- ÍNDICES EPIDEMIOLÓGICOS DA TRANSMISSÃO DE ONCHOCERCA VOLVULUS (LEUCKART, 1893) PARA OS ANOS DE 1995-1996.
Py-Daniel,V. & Andreazze,R. & Medeiros,J.F. (publicadi em 2000)

Acesso ao PDF

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XV. ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE O PROGRAMA DE ELIMINAÇÃO DA ONCOCERCOSE PARA AS AMÉRICAS
Py-Daniel,V. (publicado em 1994)

Acesso ao PDF

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XVI. INFLUÊNCIA DOS FATORES CLIMÁTICOS NA ATIVIDADE HEMATOFÁGICA DE PSARONIOCOMPSA INCRUSTATA (LUTZ, 1910) (DIPTERA, SIMULIIDAE) VETOR DE ONCHOCERCA VOLVULUS (LEUCKART, 1893) EM XITEI / XIDEA, ÁREA INDÍGENA YANOMAMI, RORAIMA, BRASIL
Andreazze,R. & Py-Daniel,V. & Medeiros,J.F. (publicado em 2002)


Acesso ao PDF

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XVII. DINÂMICA DE DISPERSÃO, PADRÕES DE DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA E ASPECTOS RELATIVOS A TRANSMISSÃO DE ONCHOCERCA VOLVULUS (LEUCKART, 1893) POR SIMULÍDEOS (DIPTERA: CULICOMORPHA: SIMULIIDAE) NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO AMAZONAS
Py-Daniel,V. & Py-Daniel,L.H.R. (publicado 1998)

Acesso ao PDF

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XVIII. CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE DOIS CRIADOUROS DE LARVAS DE THYRSOPELMA GUIANENSE (WISE, 1911) (DIPTERA, CULICOMORPHA, SIMULIIDAE), DA AMAZÔNIA BRASILEIRA
Gomes,S.A.G. & Py-Daniel,V. (publicado em 2002)

Acesso ao PDF

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XIX. CARACTERIZAÇÃO ALIMENTAR DO ULTIMO ESTÁDIO LARVAL DE THYRSOPELMA GUIANENSE (WISE, 1911) (DIPTERA. CULICOMORPHA, SIMULIIDAE), EM DUAS CACHOEIRAS DA AMAZÔNIA BRASILEIRA
Gomes,S.A.G. & Marques,L.K.L. & Py-Daniel,V. & Mera,P.A.S. (publicado em 2002)

Acesso ao PDF

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XX. ONCOCERCOSE, UMA ENDEMIA FOCAL NO HEMISFÉRIO NORTE DA AMAZÔNIA
Py-Daniel,V. (publicado em 1997)

Acesso ao PDF

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XXI. PEIXES (SERRASALMIDAE) PREDADORES DOS IMATUROS DE THYRSOPELMA GUIANENSE (WISE, 1911) (DIPTERA, CULICOMORPHA, SIMULIIDAE), VETOR DA FILARIA ONCHOCERCA VOLVULUS (LEUCKART, 1893)
Py-Daniel,V. & Jégu,M. (publicado em 1996)

Acesso ao PDF

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XXII. ATIVIDADE HEMATOFÁGICA MENSAL E INFECÇÃO NATURAL DE PSARONIOCOMPSA INCRUSTATA (LUTZ, 1910) (DIPTERA, CULICOMORPHA, SIMULIIDAE) VETOR DE ONCHOCERCA VOLVULUS (LEUCKART, 1893) EM XITEI/XIDEA, ÁREA INDÍGENA YANOMAMI, RORAIMA, BRASIL
Andreazze,R. & Py-Daniel,V. (publicado em 1999)


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XXIII. DINÂMICA DA ATIVIDADE HEMATOFÁGICA (PREFERÊNCIAS HORÁRIAS - TÓPICAS) E ESTADO REPRODUTIVO DAS FÊMEAS DE THYRSOPELMA GUIANENSE (WISE, 1911) (DIPTERA, CULICOMORPHA, SIMULIIDAE), PRINCIPAL VETOR DA FILARIA ONCHOCERCA VOLVULUS (LEUCKART, 1893) NO BRASIL
Py-Daniel,V. & Dos Passos,M.C.V. & Medeiros,J.F. & Andreazze,R. (publicado em 1999)


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XXIV. ONCOCERCOSE
Py-Daniel,V. & Medeiros,J.F. (publicado em 2009)*

Esta publicação deverá ser solicitada diretamente para:  katukina@gmail.com ou jmedeiro@gmail.com

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XXV. ONCOCERCOSE EM EXPANSÃO NO BRASIL
Py-Daniel,V. (publicado em 1994)

Acesso ao PDF

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XXVI. CONSIDERAÇÕES SOBRE SIMULÍDEOS (DIPTERA - SIMULIIDAE) E FILARIOSES (ONCOCERCOSE E MANSONELOSE)
Andrade,H.T.A. & Medeiros,J.F. & Pessoa,F.A.C. & Py-Daniel,V. (publicado em 2003)

Acesso ao PDF

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XXVII. ANTICOAGULANT ACTIVITY IN SALIVARY GLAND HOMOGENALES OF THYRSOPELMA GUIANENSE (DIPTERA: SIMULIIDAE), THE PRIMARY VECTOR OF ONCHOCERCIASIS IN THE BRAZILIAN AMAZON
Chagas,A.C. & Medeiros,J.F. & Astolfi-Filho,S. & Py-Daniel,V. (publicado em 2010)

Acesso ao PDF

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XXVIII. PRIMEIRO REGISTRO DE SIMULIIDAE (DIPTERA) COM POLINÁRIOS DE ASCLEPIADOIDEAE (APOCYNACEAE)
Medeiros,J.F. & Rapini,A. & Barbosa,U.C. & Py-Daniel,V. & Braga,P.I.S, (publicado em 2008)

Acesso ao PDF

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XXIX. O SISTEMA BRASILEIRO DE ATENDIMENTO À SAÚDE INDÍGENA E ALGUMAS DE SUAS IMPLICAÇÕES NA CULTURA YANOMAMI.
Py-Daniel,V. & Souza,F.S. (publicado em 2001)

"Além disso, tais investigações assumem ainda mais elevado interesse, se considerarmos que os primitivos brasilincolas serão lançados no grande redemoinho social e civil, de onde, mais cedo ou mais tarde, surgirá uma população remodelada e quase nova - a do Império Brasileiro; que nesse torvelinhar eles hão de perder, a mais e mais. suas características próprias e, finalmente, se extinguirão por completo, como membros independentes da grande família humana - conforme parece ter determinado o Espírito Universal" (Von Martius, 1844)

RESUMO

São apresentadas algumas interpretações, ansiedades e fatos que propiciam transformações na cultura Yanomami por meio do modelo do Sistema Brasileiro de Atendimento à Saúde Indígena. Será que ainda poderemos apropriar este sistema?

PALAVRAS-CHAVE

Yanomami, Saúde, Transformações Culturais

O CONTEXTO

A Área Indígena Yanomami (que inclui também a etnia Ye´Kuana) está constituída de 96.649 Km2, sendo 38.723 km2 no Estado do Amazonas e 57.926 km2 no Estado de Roraima.

Segundo o último senso (FUNASA / DSEIY-RR, 2001) elaborado para setembro, esta área possui uma população de 12.767 indivíduos (12.401 Yanomami e 366 Ye´Kuana), estando 4.774 indivíduos no Amazonas (em 47 aldeias) e 7.993 indivíduos em Roraima (em 173 aldeias).

A densidade demográfica total é extremamente baixa (0,13 hab/km2). Enquanto Roraima apresenta um índice demográfico igual ao total da ´rea, no Amazonas ocorre ainda uma pequena redução (0,12 hab/km2).

Toda a área Indígena Yanomami, no Brasil, está localizada na macro-bacia hidrográfica do Rio Negro. Enquanto que em Roraima a maior concentração de indivíduos ocorre na sub-bacia do rio Uraricoera, secundada pelas sub-bacias dos rios Mucajai e Catrimani, no estado do Amazonas, as comunidades estão mais isoladas e concentradas nas sub-bacias dos rios Cauaboris, Demeni, Marauiá e Padauari.

As proporções diferenciais nos estados do Amazonas e Roraima, no que se refere à área ocupada / número de indivíduos e número de aldeias (AM = 1 / 0,12 / 0,001; RR = 0,13 / 0,002) demonstram nitidamente (como assinalou Py-Daniel, 1997) que ocorre no estado do Amazonas uma maior concentração de indivíduos em um menor número de aldeias, o que disponibiliza ainda mais o número de áreas desocupadas, ou seja, ao nível epidemiológico, as endemias apresentam uma dispersão muito mais lenta (no que tange à área total( do que no estado de Roraima, aonde as comunidades apresentam maior contiguidade.

Atualmente, além da FUNASA, existem 7 entidades conveniadas (com o Ministério da Saúde) como responsáveis pelas ações de saúde na área Yanomami: URIHI (AM/RR), DioRR (RR), MNTB (AM), MEVA (RR), MDM (RR), IDS (AM) e SECOYA (AM), sendo que a URIHI é a que atende proporcionalmente tanto a maior área como o maior número de indivíduos.

O CONTATO

Excetuando-se as missões religiosas os contatos dos Yanomami localizados nas cabeceiras dos rios (ou seja, que estavam mais isolados), em sua maior parte foram feitos na deca de 80, com um determinado tipo de napë: o garimpeiro.

Nesta época ficou nitidamente caracterizado o que Santos & Coimbra Jr. (1994) descreveram, em geral, para as populações indígenas amazônicas: "Dentre as conseqüências imediatas do contato estão a redução demográfica por epidemias de doenças infecciosas, a alteração de indicadores demográficos (e.g. taxas de natalidade e de mortalidade) e o comprometimento das atividades de subsistência."

Como os Yanomami apresentam uma característica singular de não falarem dos seus mortos, aparentemente, para quem chega agora para trabalhar, entre eles, na área de saúde, a visibilidade do contexto histórico fica pouco nítida.

Está tudo bom e melhorando!!!!

Por mais que eles não falem dos seus mortos, o exemplo do grande número de desaparecidos, na época do garimpo, serve como lembrança permanente, entre os mais velhos, para que as comunidades aceitem, com mais facilidade, as propostas para tratamentos/prevenções (vacinas) das doenças com origem na presença dos napëpë (plural de napë = não Yanomami).

Isto, portanto, é o início de "tudo"...


ACEITABILIDADE DO NOSSO SISTEMA MÉDICO POR PARTE DOS YANOMAMI

Pellegrini (1993), imbuído de um sentimento extremamente próximo aos Yanomami, escreve: "O nabè (= napë) tinha vários caroços e líquidos que aliviavam os desconfortos... Furava as pessoas com agulhas e lhes empurrava na carne, com muita dor e esforço, o líquido branco e valente que ele chama de penicilina. Pelo estado em que se encontravam, as pessoas eram obrigadas a gostar."

Conklin (1994), ao se referir às populações indígenas em geral cita: "O grau de receptividade à medicina ocidental depende destes conceitos e das praticas estranhas não serem antagônicas às noções sobre o corpo humano, sobre causa e prevenção das doenças e às relações sociais que cercam a doença. O fornecimento de serviços médicos será insuficiente para garantir um sistema de saúde eficaz caso não sejam equacionados os conflitos e equívocos existentes entre os conceitos ocidentais e indígenas de saúde e doença."

Os Yanomami, em comunidades mais isoladas, para aceitarem o nosso sistema médico necessitam primeiro terem confiança em que está disponibilizando tanto alimentação como remédios, pois mesmo já tendo bastante contato com tal pessoa, antes de ingerirem ou receberem os medicamentos é comum fazem uma pergunta: - Morrer não?

Esta pergunta é feita seguida de um comportamento complementar, quase obrigatório> a ação de olho no olho.

Se a boca do napë diz que pode comer ou beber, mas eles não conseguirem sentir o mesmo, na comunicação olho/olho, ou seja, não apresenta uma complementariedade ao que é dito, eles simplesmente não bebem/comem. É como uma contra-senha. Não correspondendo eles não dão continuidade à ação.

A aceitabilidade da "nossa medicina" está, portanto, muito mais associada à confiança entre os interlocutores do que na crença da possível cura.

Se o napë não curar, os Yanomami se reservam o direito de fazerem os seus sistemas de cura posteriormente. Se os seus sistemas de cura não funcionarem, por alguma razão (para qual sempre existe uma explicação - seja mitológica, relacional, etc.), eles voltam para o napë, mas já considerando o necessitado como caso perdido,,,

Esta dinâmica nas ações, aos poucos permite (?) mais credibilidade para a medicina ocidental, mas ao mesmo tempo estimula (quanto mais frequente fôr) a deixarem por conta dos napëpë os processos de cura. Já que eles estão lá para isto mesmo!!!

Aqui, então, começa a maior parte da história e assim já sabemos aonde isto vai dar ...


O LADO "BOM" / O DILEMA DO HÍBRIDO

Ou Pessoas ou Cultura???


O Sistema de Saúde, na realidade apresenta uma nova remodelagem tanto de valores como dos agrupamentos dentro da área de cada Pólo, e estas modificações estruturais vão influenciar diretamente, no mínimo, nos relacionamentos e agrupamentos para assistência de saúde.

Esta proposta de assistência de saúde altera, ou seja, diminui a movimentação natural dos grupos (mais uma trava ao semi-nomadismo).

Vai dar certo?

Na realidade é uma reestruturação social. Uma modelagem semelhante à municipalização de saúde.

Uma melhora da saúde em comprometimento do sistema social !!!

O dilema: ou são fornecidas melhores condições à saúde, e com isto possibilitando ter mais pessoas para fortificar o grupo Yanomami (objetivo inicial centrado em pessoas), ou deixa-se os Yanomami com os seus sistemas social/sanitário (objetivo inicial centrado no estado cultural).

Este objetivo que possibilita mais a visão cultural, está sujeito a auxiliar na diminuição drástica (pelo próprio conjunto de fatores gerados pela cultura dos napëpë) no número de pessoas.

Para que exista uma Cultura é obrigatório que antes existam Pessoas !!!

Assim, objetivando inicialmente a privilegiar a Cultura estaria na realidade direcionando a sua possível extinção !!!???

A "proposta/expectativa" é que venha a ocorrer um híbrido, portanto, primeiro preservar as pessoas e fazê-las aumentar, torcendo para que o "melhor" (deles/para eles) consiga sobreviver e assim seus valores (em suas dimensões) possam, um dia, prevalecer (voltar a).

Que "sinuca de bico" !!!

Primeiro o Ser Humano, no momento, pois as possíveis pressões externas da civilização circundante dos napëpë são uma realidade.

As ações de saúde têm a intensão de fortificar o interno para que com isto, possa existir (futuramente !!!) uma expansão do híbrido.


A RUPTURA SOCIAL


Black,F. (1994) comentando sobre o impacto das doenças introduzidas na estrutura social: "... A partir destes exemplos fica claro que a estrutura social indígena não foi capaz de prover cuidados básicos aos doentes, possivelmente porque muitos adoeceram ao mesmo tempo. Com base na experiência Yanomami, James Neel apontou para o processo de ruptura social durante as epidemias como uma causa para a maior sustentabilidade dos ameríndios às doenças infecciosas. De fato, nos exemplos mencionados acima, é plausível que a ruptura tenha sido respnsável por, pelo menos, metade dos óbitos."

Com base nisto podemos encarar que as ações de saúde programadas e desenvolvidas junto aos Yanomami, visam evitar que possam aumentar o número de óbitos, assim diminuindo as possibilidades de ruptura social.

As ações de saúde podem transformar as relações sociais, mas evitam as rupturas !!!

Até que profundidade estas transformações culturais podem ser interpretadas como uma não ruptura social?


O LADO POSSIVELMENTE "NÃO MUITO BOM"

O Sistema de Pólo Base

Definição dada pela FUNASA: Pólo Base de Operação, local aonde se chega, tem pista para avião e geralmente tem um pequeno posto de saúde e/ou base da FUNAI (Fundação Nacional do Índio) (Py-Daniel,1997).

Atualmente o Pólo Base está mais relacionado com a saúde, do que com a existência de um PI (Posto Indígena).

Um Pólo não têm uma área geográfica definida, mas sim está caracterizado pelo atendimento a indivíduos/comunidades.

Esta característica não geográfica de um Pólo, determina fatores singulares como:

1. Uma comunidade que esteja sendo atendida, ao nível de saúde, por um determinado Pólo, ao se movimentar alguns quilômetros e seus membros resolverem procurar o atendimento em outro Pólo, pode determinar que esta comunidade (também a área geográfica) passe a estar sob responsabilidade de outros napëpë. Mesmo áreas contíguas podem ser gerenciadas por instituições diferentes, e isto altera a relação dos censos. fornecendo inclusive implicações "administrativas/monetárias". Estas mudanças de atendimento, muitas vezes podem ser, simplesmente, resultado das modificações nas relações entre as comunidades (p.ex.: brigas).

2. Comunidades que apresentem algum agravo e que estejam localizadas em um determinado Pólo, ao se movimentarem para outro Pólo, podem modificar totalmente os índices endêmicos de ambos os Pólos (P.ex.: o que acontece com a oncocercose).

3. Com a ATUAL criação de um sistema de Conselhos de Saúde (Conselho Distrital, Conselho Local, Conselhos Locais) e "Agente de Saúde", dentro das comunidades, réplica da municipalização da saúde na nossa sociedade, ocorre definitivamente uma transformação nas relações de autoridade:

3.1. Alguns indivíduos, normalmente entre os mais jovens, passam a representar as comunidades junto aos napëpë (ao nível de saúde) independente das relações sociais internas com os Tuxauas (Chefes) e com os Xapores (curadores), ou seja, eles passam a assumir uma parcela de autoridade (inclusive com acessos diferentes aos napëpë - em reuniões dentro e fora da área Yanomami, que lhes permite usufruir de "bens" que possam ser introduzidos nas comunidades). São criados, portanto, representantes dos napëpë dentro de cada comunidade. Isto também acontece em relação á educação, aonde cada comunidade passa a ter o professor, que também recebe as instruções dos napëpë.

As relações originais da hierarquia social ficam definitivamente transformadas !!!


O CENTRO ATRATIVO E COMERCIAL

O que pode significar a presença de um posto de saúde e/ou base da FUNAI na área Yanomami?

Normalmente a presença de um posto de saúde e/ou base da FUNAI (PI) determina que seja criada um área geográfica de interesse para obtenção de itens de troca (machados, facas, linhas, etc...) ou na aquisição de apoio de saúde para os indivíduos que assim necessitem (principalmente para tratamentos de malária e diarréias).

Santos & Coimbra Jr. (1994) em uma visão relacionada aos Tupí-Mondé já ressaltam processos extremamente semelhantes: "Tradicionalmente vivendo em pequenos assentamentos, com o tempo passaram a viver em aldeias cada vez maiores, situadas próximas aos postos da FUNAI, processo que se associa a uma crescente pressão sobre os recursos naturais já não passíveis de ser aliviado devido à redução da mobilidade."

Mais adiante, em aspectos gerais com as comunidades indígenas, estes mesmo autores descrevem processos que cabem nitidamente ao que está acontecendo, no momento, entre os Yanomami: "..à medida que prosseguem os trabalhos de aproximação, a população indígena tende a abandonar seus assentamentos e a mudar-se para perto dos postos de atração, onde a distribuição de bens continua por algum tempo, juntamente com o fornecimento de gêneros alimentícios e remédios".

Entre os Yanomami, como consequência desta contínua presença física dos napëpë, ocorre a aproximação e ocupação do entorno por alguma das comunidades da região, mas muitas vezes a construção inicial tanto do posto de saúde como do PI já é feita próxima à alguma comunidade pré-existente no local.

Esta comunidade estabelecida no entorno dos napëpë configura uma porta de entrada para que outras comunidade "amigas" possam também chegar.

Como os seus membros "conhecem" mais os napëpë residentes, assim passam as informações necessárias para que os visitantes possam obter, com mais eficiência, os objetos de suas solicitações.

Em alguns casos, estas comunidades podem apresentar um "zelo excessivo" por sua posição geográfica, fazendo com que as outras comunidades, tenham que, direta ou indiretamente, declarar as suas intenções e aquisições junto aos napëpë, ou seja, passando a exercer um controle das relações, culminando com que a comunidade circundante aos napëpë possa até exercer uma atividade seletiva no acesso aos mesmos, impedindo assim que outras comunidades "que no momento não são amigas" possam desfrutar tanto dos itens de troca como dos atendimentos de saúde.

Como os napëpë normalmente constroem casas que não estão ligadas com a transitoriedade dos fatores ambientais e com a exploração dos recursos locais (pois, em sua maioria, recebem os seus alimentos procedentes de fora da área Yanomami), não necessitam periodicamente mudar de lugar.

Este sistema menos dinâmico e interativo dos napëpë e a relação dos indivíduos Yanomami com a necessidade "criada" dos utensílios e da saúde, faz com que eles venham a gravitar no entorno dos postos por muito mais tempo, assumindo assim relação de constância.

Esta relação de constância que por consequência pode gerar dependência (e mudanças nas relações dos valores culturais) faz com que eles diminuam a sua mobilidade.


O SISTEMA DE "TROCA" E SUAS TRANSFORMAÇÕES ETNO-ESPACIAIS


Os Yanomami não apresentam um possessividade prolongada em relação aos objetos que os cercam, principalmente porque dentro dos seus seguimentos mitológicos não lhes é permitido serem "sovinas", ou seja, é quase impossível negarem um pedido. Assim, um objeto que um napë possa dar aos mesmos, em questão de uma semana pode ser localizado a uma distância de 30-40 quilômetros (da introdução de origem).

Isto ocorre pelo simples sistema de trocas sucessivas entre indivíduos de comunidades diferentes e/ou apenas doação (sob pedido) do mesmo entre parentes/amigos, e/ou pelo sistema social de festas com distribuição de objetos para os visitantes.

Assim, quase todas as introduções (panelas, linhas, anzóis, etc...) feitas pelos membros dos postos de saúde e/ou postos indígenas (PI) apresentam um grande deslocamento dentro da área.

Cada vez mais esta mobilidade dos materiais introduzidos se torna mais ativa do que a mobilidade dos grupos em sí.


DIMINUIÇÃO ACENTUADA DA MOBILIDADE



Citando Coimbra Jr. & Santos (1994): "Os estudos etnográficos apontam a alta mobilidade como uma característica comum à maioria dos grupos indígenas da região amazônica vivendo sob condições tradicionais. Os antropólogos tendem a interpretar a alta mobilidade destas populações como um mecanismo adaptativo para fazer frente às pressões de determinadas características ambientais, quais sejam: a) declínio da fertilidade dos solos após plantios repetidos; b) invasão das plantações por ervas daninhas e c) rarefação da caça próximo às aldeias. Outros autores também mencionam as lutas intertribais; a existência de muitas sepulturas no subsolo das malocas; morte de um chefe; proliferação de baratas; e o excesso de formigueiros nas cercanias das aldeias, como motivo para a mudança da aldeia. Do ponto de vista epidemiológico a acentuada mobilidade das populações indígenas pode funcionar como fator de proteção contra excessiva contaminação ambiental por formas infectantes de parasitas intestinais e enterobactérias.

Também em Coimbra Jr. & Santos (op.cit.): "Entre os grupos indígenas da região amazônica, a mobilidade está rapidamente sendo abandonada em associação com a aculturação e com a redução dos territórios tribais. Infelizmente, as consequências de tais mudanças socioculturais e ecológicas não têm sido devidamente acompanhadas por cientistas sociais e especialistas em saúde".



MOBILIDADE YANOMAMI & RECURSOS & SAÚDE

1. - OS RECURSOS OBTIDOS POR MEIO DE CAÇA E COLETA

A fixação (aumento do tempo na ocupação do mesmo lugar) de uma comunidade em volta do posto (saúde e/ou PI) faz com que sejam ultrapassados, em muito, os 3-4 anos com que as mesmas, normalmente, fazem as suas mudanças territoriais. Isto determina que ocorra uma maior concentração temporal nas atividades de caça e coleta numa mesma área, reduzindo assim a disponibilidade dos itens extraídos da natureza.

Cada vez mais eles podem necessitar irem mais longe para obtenção deste itens de caça e coleta.

2. - OS RECURSOS OBTIDOS POR MEIO DAS ROÇAS

A utilização dos recursos originários de uma determinada roça, normalmente, é menor (2 anos) que a transitoriedade de uma comunidade (3-4 anos) em uma determinada área.

Com a fixação de uma comunidade e a diminuição da disponibilidade dos recursos de caça e coleta, ocorre como consequência a necessidade de serem implementados os recursos originários por meio dos plantios (muitas variedades de banana, algumas de macaxeiras, mamão, milho, cana, etc...), ou seja, começam a surgir no entorno, cada vez mais, áreas desmatadas para novas roças.

Estes desmatamentos crescentes também projetam as áreas de coleta e caça para cada vez mais longe (isto não exclui que as roças possam servir como fontes atrativas para algum tipo de caça, mas que proporcionalmente não representam grande acréscimos alimentares).

Estes acréscimos de áreas desmatadas, mesmo que venham a sofrer uma utilização reduzida (2-3 anos) para a maioria dos seus itens (ema exceção de longa exploração é a pupunha) modificam substancialmente, cada vez mais áreas contíguas, caracterizando assim grandes áreas desmatadas, o que contraria o uso original "apropriado", por parte dos Yanomami, de pequenas áreas que possa, apresentar fácil e rápida recuperação.

Esta macro-diferenciação influi nitidamente tanto o macroclima local como a própria relação das comunidades com a floresta que cada vez fica mais afastada de suas casas !!!


O "RELAXAMENTO" DO COLETOR


O aumento considerável de roças, com o intuito de não se movimentarem muito, e portanto com uma disponibilidade mais constante de alimento, no entorno das comunidades (principalmente nas que estão perto dos napëpë), faz com que muitos jovens já apresentem desinteresse em fazer longas caminhadas par coletarem na floresta (uruhi), demonstrando assim um nítido processo de troca alimentar.

Ao serem perguntados sobre os seus ítens alimentares da floresta, muitas vezes ouvimos frases como: "- Esta fruta nós agora não comemos mais, só que come são os Yanomami mais afastados, que não fazem roças".


O "CONJUNTO" DAS COMUNIDADES


Como uma comunidade não está isolada, nem geograficamente, e nem em suas relações sociais no contexto aonde se encontra, por mais que esteja gravitando nas "facilidades" criadas pelos napëpë, seu estado relativamente menos relativamente menos dinâmico também permite uma constante alteração das outras comunidades.

Comunidades / pessoas possuem relações de amizades / inimizades (independente dos parentescos) e isto, originalmente faziam, na ausência dos napëpë, com que os espaços geográficos entre as diferentes comunidades tivessem uma ocupação também temporariamente diferenciada, ou seja, muitas áreas poderiam permanecer desocupadas por um longo tempo, desde que não existissem relações inter-comunitárias que possibilitassem a ocupação das mesmas.

Com a existência dos "pontos de convergência" (as sedes dos Pólos). começa a existir uma ocupação radial, em círculos concêntricos irregulares, ou seja, as comunidades indígenas vão chegando cada vez mais perto da "comunidade napë", respeitando no entanto as áreas de movimentação das outras comunidades.

Simbolicamente, é algo como o núcleo de um átomo (comunidade napë + comunidade Yanomami associada) circundado pelos elétrons em diferentes orbitais (as outras comunidades).

Nas comunidades mais distantes da região da fronteira com a Venezuela, este constante movimento de aproximação faz com que as áreas mais longe comecem a ficar progressivamente despovoadas.

Isto tem feito com que as áreas de coleta e caça fiquem localizadas em ambientes externos ao último nível (circulo), aonde as interferências / e domínios das comunidades de atendimento no Pólo ficam diluídas.

Nas comunidades próximas à fronteira com a Venezuela (p.exemplo: Pólos como Auaris, Xitei, Homoxi, Toototobi) as áreas vazias deixadas por este processo de aproximação para junto dos napëpë estão vagarosamente sendo ocupadas por populações vindas do território venezuelano.

Este movimento, que "nós consideramos", Venezuela => Brasil, geralmente está associado com a falta de atendimento médico por parte dos napëpë venezuelanos, principalmente junto às comunidades Yanomami localizadas nas cabeceiras do rio Orinoco.

Outro fator de ocupação destas áreas, muito mais recente, está associado à educação !!!

Indivíduos de algumas comunidades provenientes do território venezuelano estão se deslocando para áreas brasileiras (p.exemplo: Pólos Xitei, Toototobi) para aprenderem a escrever / ler o alfabeto fonético, ensinado pelos napëpë (membros de instituições ONGs e instituições religiosas).

Esta aproximação por meio da educação também está fazendo com que as comunidades localizadas na Venezuela se aproximem mais do território brasileiro ou até mesmo se transferindo par áreas do território brasileiro.

Como resultado deste movimento Venezuela => Brasil, está ocorrendo um progressivo despovoamento da bacia do rio Orinoco.

Por processos históricos e / ou necessidades, esta área poderá representar uma futura mega-área de coleta e caça. Mas isto não pode ser generalizado, pois existem inimizades históricas entre diferentes grupos que no momento impossibilitam um uso indiscriminado desta área (os domínios dos xamathari: denominação dada pelos ocupantes do lado brasileiro aos do lado venezuelano).

Até esta antiga rivalidade, intrinsecamente inclusa na realidade diária, está sendo repensada pelos Yanomami, tendo em vista principalmente as necessidades quanto aos aspectos de saúde, pois existem relatos, muito atuais, de que comunidades inteiras, ou a maior parte dos seus membros, que desapareceram por falta de atendimento médico [por exemplo: apenas alguns membros da ex-comunidade Tomokoxi (habitantes da calha superior do Orinoco) sobrevivem em Xitei e Toototobi, como resultante de surto de malária].

Estas possibilidades de desaparecimento generalizado está fazendo com que algumas comunidades repensem tanto os seus espaços com as suas relações, passando assim a aceitar "melhor" as relativas diferenças internas dentro da cultura Yanomami.


ÁREAS INTER-PÓLOS


Como os Pólos não representam um limite geográfico e existe um nítido movimento das comunidades em se aproximarem das base napëpë, ocorre que nas áreas intermediárias entre duas bases dos napëpë (ou seja, as sedes de diferentes Pólos) predomina uma diminuição gradual da população, resultando até ausência da mesma.

Se observarmos a área Yanomami como um todo, veremos que na realidade estão sendo formados corredores despovoados nas áreas inter-pólos.

Mais uma réplica da nossa cultura: a municipalização !!! As fronteiras dos municípios são menos povoadas.

Estas áreas podem ser consideradas como reservas coletoras / caça até que as comunidades crescam o suficiente para que voltem a explorar estes recursos, como fonte final disponível, ou seja, um supermercado para o futuro.

Quanto tempo será necessário para que este futuro possa desempenhar o papel de último recurso natural para as comunidades?

Isto dependerá, principalmente, da taxa de crescimento populacional dessa etnia.

Com base nos indicadores obtidos nos últimos 6 anos, aonde foi possível fazer um acompanhamento da saúde Yanomami (pela intervenção das ações sanitárias desenvolvidas diretamente pelo governo federal, ONGs e missões religiosas) podemos verificar a existência de altas taxas de natalidade acompanhadas de reduzida taxas de óbitos, ou seja, em geral os Yanomami estão apresentando um elevando desenvolvimento populacional.

Como exemplo desta situação podemos citar que no Pólo Xitei as proporções entre óbitos / nascimentos entre os anos de 1995 a 2000 foram de: 1/4,2 (1995). 1/1,21 (1996), 1/1,43 (1997), 1/1,7 (1998), 1/12 (1999) e 1/11,1 (2000).


O AGENTE DE SAÚDE E O PROFESSOR


A presença de um agente de saúde e de um professor em cada comunidade evita que eles tenham que se direcionar constantemente para a base do Pólo, pois, a princípio estes dois agentes dos direcionamentos napëpë devem gradualmente suprir as suas necessidades primárias.

Com o tempo, a princípio, eles DEVERIAM ficar mais independentes, mas isto apenas poderia ser uma realidade desde que os Yanomami passassem a fabricar o papel, o lápis, os possíveis livros, e os medicamentos (exceto o que já lhes são naturais - que são aplicados pelos Xapores).

O que deveria devolver às comunidades uma certa mobilidade, com o acréscimo de conhecimento (saúde / educação), na realidade fará com que estas fiquem menos móveis, pois estão sujeitas a se atrelarem mais a estes bens materiais.


O HOSPITAL "IDEAL"


Na área Yanomami existe um hospital projetado e implantado pela FUNASA (então FNS) com o intuito de que o mesmo fosse uma base relativamente completa que poderia evitar os contínuos deslocamentos dos Yanomami para Boa Vista, tendo em vista que eles apresentam características culturais bastante peculiares (principalmente isolamento) e assim, poderia diminuir o contato com outras etnias (na casa do Índio) e com os napëpë (na cidade).

Outras unidades semelhantes também forma projetadas mas não forma implantadas, tendo em vista os exemplos e experiências obtidas com a implantação do primeiro.

Histórico: Junto a este hospital está estabelecida uma comunidade Yanomami.

Esta comunidade assumiu a responsabilidade de selecionar quais grupos de Yanomami podem desfrutar dos serviços médicos, inviabilizando assim grande parte dos objetivos pelos quais o hospital foi implantado.

Grande parte dos Yanomami (do mesmo Pólo e de outros) continuaram sendo transferidos para Boa Vista.

Estas ações seletivas, por parte dos Yanomami, também são implementadas quanto às pessoas napëpë que trabalham no referido hospital.

Algumas vezes esta unidade hospitalar teve que ser fechada, e seus funcionários serem retirados, as pressas, sob ameaça de invasão e morte !!!

Quem projetou o hospital e seus serviços provavelmente esqueceu-se que dentro da Área Indígena as regras entre as relações humanas e ambientais são outras !!!

Atualmente o Pólo aonde está implantado este hospital foi subdividido em vários outros Pólos ; Sub-Pólos (inclusive com a construção de pistas para aviões e casas de apoio), tentando com isto prestar uma assistência igualitária para as comunidades excluídas do atendimento no hospital.

Uma solução !!!

Esta comunidade, que domina a área aonde os napëpë (Hospital, Pelotão do Exército, Posto da Polícia Federal, Posto Indígena da FUNAI) têm presença, e para manter tal, eliminou o seu comportamento natural de semi-nomadismo.

As suas casas apresentam um aspecto de aproveitamento de "sobras de material" (lonas, madeiras, latas, etc..) dos napëpë.

Uma parte dos seus membros fica no entorno das "residências" dos napëpë, no intuito - constante - de obterem alimentação, roupas, etc..., como também pegarem o que eles consideram que devam pegar (e levar) !!!


A "QUEBRA" DA SEGURANÇA CURATIVA OU A INTRODUÇÃO DO LIMITE CURATIVO


Com a demonstração, cada vez mais repetida de que os "remédios" trazidos pelos napëpë são muito fortes, muitos Xapores (curandeiros), deixam de explorar em extensão e profundidade as suas capacidades em relação aos hekura (espíritos que utilizam para determinar / auxiliar nas curas), fazendo assim com que suas funções, muitas vezes sejam até desconsideradas pelos jovens, pela constante disponibilidade das facilidades fornecidas pelos napëpë (por exemplo: posto de saúde).

Uma realidade disto pode ser demonstrada com a apresentação de um caso:

- Um jovem Xapore após participar de muitas sessões de cura de diferentes pessoas (inalando o Ya´kuana) ficou "meio" desorientado.

- Outros Xapores mais fortes passaram um dia tentando fazer com que o mesmo voltasse ao normal, mas não conseguiram o intento.

- Sendo assim, foram juntos as missionárias e solicitaram para que uma delas chamasse o grande Xapore (Jesus) para curá-lo. Importante dizer que estas missionárias apenas praticavam a assistência de saúde educação, e nunca desenvolveram, junto aos Yanomami, qualquer atividade religiosa.

- Por mais que os Yanomami tenham tido uma explicação "mitológica" do acontecido com o jovem Xapore, eles desistiram muito rapidamente de curá-lo.

- Como consequência, o jovem foi transferido para Boa Vista, e após algum tempo de descanso, longe de suas atividades de xapore, o mesmo voltou completamente ao normal.

Os medicamentos dos napëpë, assim como também as curas ao nível espiritual, passam a ter poderes superiores que a cultura Yanomami.

Com o tempo, isto está sujeito a ser mais um desestímulo para manter a continuidade cultural por meio dos jovens !!!



FINALMENTE !!!


Santos & Coimbra Jr. (1994) escrevendo sobre os Tupí-Mondé (Gavião, Suruí e Zoró), localizados na região do Sudoeste da Amazônia brasileira: "Estima-se que antes do contato, as aldeias eram constituídas por não mais do que 100-200 indivíduos, que viviam em grandes malocas habitadas por famílias extensas. Nesta época, predominava um padrão de vida seminômade: as aldeias eram relocadas de tempos em tempos, o que contribuía para compensar a diminuição da produtividade das roças e a rarefação dos recursos de caça e produtos silvestres nas circunvizinhanças."

Esta história continua se repetindo.

Estamos no início destas transformações dentro da cultura Yanomami, por mais que eles estejam aparentemente isolados, os estímulos diferenciados estão sendo fornecidos pela implantação do nosso sistema de saúde no interior de sua área indígena.

Langdon (1994) ao se referir aos índios Siona (da Colômbia) disse: "Já não é possível para os Siona se manterem autônomos em suas práticas tradicionais de subsistência (agricultura extensiva, complementada pela caça e coleta de plantas silvestres)."

Esta observação para os Siona poderá ser uma projeção para os Yanomami ???

Sim !!!

O que pode fortificar este pensamento vem do exemplo já fornecido pelas comunidades Yanomami que se localizam nos afluentes da margem esquerda do alto rio Negro.

Nestas regiões existem comunidades que foram se transformando, ao longo dos últimos 20 anos, pelos processos integrativos, junto aos garimpos, aos acessos constantes às "grandes" cidades regionais, às trocas comerciais com os napëpë circundantes, e aos estímulos para participarem das atividades militares.

Mesmo estando com suas casas longe das cidades, eles já têm Associação representativa, já possuem acesso ao sistema telefônico, já desfrutam da energia elétrica, já dominam o uso de tratores, sendo o consumo de material alimentício acentuadamente proveniente dos napëpë.

Assim, estas comunidades já não se diferenciam muito do que foi citado anteriormente para os Siona !!!

Será que nossa diversidade comportamental, relativa a contatos interculturais é tão restrita ???

Estamos repetindo os mesmo comportamentos desde os contatos iniciais entre as culturas indígenas da América e as culturas da Europa !!!

Será que somos capazes de implementar um outro tipo de assistência de saúde, que pelo menos não seja um ESTÍMULO BÁSICO para transformar ACENTUADAMENTE a cultura Yanomami ???

Depois deste texto ter sido escrito, foi disponibilizado para um Yanomami, de 14 anos de idade.

Suas palavras no final da leitura foram: - Muito triste ! Eles (os napëpë) não devreiam fazer isto.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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[Py-Daniel,V. - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Coordenação de Pesquisas da Saúde, Laboratório de Filarioses e Vetores / Souza,F.S. - INPA, Divisão de Pós-Graduação, Curso de Ecologia]

[O original deste trabalho pode ser encontrado em: http://nerua.inpa.gov.br/NERUA/23.htm, e foi uma apresentado no I Encontro de Etnobiologia e Etnoecologia da região Norte - 5-8.12.2001; publicado no ano de 2002]

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XXX. CEGUEIRA DOS RIOS: DOENÇA AINDA FAZ VITIMAS ENTRE INDÍGENAS NA AMAZÔNIA.
Abreu,W.
[Revista Ciência Para Todos; Número 10, ano 5, 62pp - ISBN 1984 - 7653]

Acesso ao PDF

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XXXI. EFECTO DE LA MIGRACIÓN EN LA POBLACIÓN YANOMAMI SOBRE LAS COBERTURAS DE TRATAMENTO.
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[XII Conferência Interamaericana sobre Oncorcercosis, OEPA - 52pp - 2002]


Acesso ao PDF

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XXXII. MOVIMENTAÇÃO YANOMAMI E SUAS RELAÇÕES COM AS ENDEMICIDADES
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[II Seminário de Propriedade Intelectual, Ciência e Conhecimentos Tradicionais da Amazônia - 177pp - 2005 / ISBN 978-85-211.0036-2]

Acesso ao PDF

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